terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Casado com uma viúva

Quando Graciliano Ramos afirmou que o futebol não pegaria no Brasil, pois tínhamos uma cultura rasteira, em partes ele acertou. Ordem e Progresso. Esse é o lema que o pais leva como representatividade em sua flâmula. Contudo o que menos se viu na preparação para a Copa do Mundo foi justamente ordem ou progresso. Vale ressaltar, que a FIFA não pediu para o Brasil fazer a Copa, fomos nós que à procuramos e fizemos a proposta. O problema, é que atravessamos um momento peculiar, onde a burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os cartórios. A corrupção é endêmica, ou seja, do povo ao Governo. Tudo é à base de propinas. Todo o alto escalão do Governo Lula está preso por corrupção. Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil é culpa da FIFA. Já foi dos EUA, de Portugal e o brasileiro nunca tem culpa de nada. Damos mais importância ao futebol, do que à política. Elegemos jogadores de futebol para cargos públicos. O segundo deputado mais votado do país utiliza como bordão: “pior que está não fica”. E, em uma das músicas ele declara: “Ele é ladrão, mas é meu amigo”. Ora bolas! Que diacho de brasileiro nós somos? A nossa carga tributária é um absurdo, maior que a da França, enquanto os serviços de transportes públicos, saúde, educação são comparáveis ao do Congo. Não obstante, o brasileiro pensa que mora na Suíça. Quem está lá, de fato, é a FIFA. Sete anos! Em relação às obras, o Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os mundiais para preparar a Copa e é o que mais está atrasado. A França teve três anos e finalizou um ano e dois meses antes. Restando menos de três meses para a Copa, o Brasil ainda tem que fazer 15% do previsto, sem contar a possibilidade de Curitiba entrar para a história como a primeira sede excluída nas 20 edições da competição. Lembrando também, que os franceses utilizaram recursos privado, bem diferente daqui. Na frança, o número de mortes nas construções dos estádios foi zero. No Brasil já foram mais de seis. Apesar do alto custo das arenas, os estádios não são aproveitados como multiuso, longe disso. Na verdade, apenas são utilizados para jogos. Quanto á mobilidade urbana, cadê o trem bala? Nenhuma das cidades-sede tem metrô até o aeroporto, além de não funcionarem bem e não cobrir nem 10% das cidades ou simplesmente inexistirem. O sistema de ônibus é ineficiente e ineficaz. Um lixo! Taxistas costumam cobrar caro, além de não dominarem outros idiomas. Para os taxistas, não há cursos de inglês financiados pelo Governo, mas para as prostitutas sim. Parece piada pronta, porém é verdade. Sem contar as estradas, caindo aos pedaços e sem sinalização. Só para se ter uma ideia, o número de mortes nas rodovias em 2008, foi de 57.166. Possuímos uma das gasolinas mais caras do mundo (sem contar a péssima qualidade, misturada com etanol e solvente de borracha), apesar do Brasil ser autossuficiente em petróleo e estar ao lado de países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), como Venezuela e Equador. Não há transportes de trens e mesmo sendo o país com mais rios no mundo, não temos transporte fluvial. Na área da saúde, é o caos. Aqui, as pessoas ainda morrem de doenças como dengue, malária e doenças de chagas, já erradicadas, por exemplo, na França, no século XVIII. Hospitais públicos comparados a praças de guerra dão ênfase aos números, já que gastamos apenas 4% do PIB em saúde, e 12% com pagamentos de funcionários públicos. Na França, ao contrário, se gasta 12% na saúde e 4% no funcionalismo público. Na área de segurança é um salve-se quem puder. No Brasil há mais assassinatos que no Afeganistão, Palestina, Iraque e Síria juntos, além de ter mais assassinatos que toda a América do Norte, Europa, Japão e Oceania somados. A guerra do Vietnã vitimou 50 mil pessoas em sete anos, mesmo número no Brasil em um ano. Temos uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai, e insistimos em não investir na educação. Temos 33 mil de analfabetos funcionais e 9% de analfabetos. Ano passado surgiram mais 300 mil novos analfabetos. Apenas 3% dos brasileiros são bilíngues. Entre as 300 melhores universidades do mundo, não existe nenhuma brasileira. No ranking da ONU, ocupamos a 88ª posição, ficando atrás de países como Belize, Ilhas Fiji, Azerbaijão, Ilhas Maurícios, Uzbequistão, Mongólia, Paraguai, Trinidad e Tobago, Tchad, Belarus, Tijiquistão, Botswana, São Tomé (Ver pra crer) e Príncipe, Namíbia, Santa Lúcia e Moldavia. Se não consegue ganhar desses, vai ganhar de quem? O estadista francês, Charles de Gaule, uma vez afirmou: “O Brasil não é um pais sério”. Nelson Rodrigues, afirmava que temos complexo de vira-lata, mas a grande verdade, é que somos como diz José Simão: “O país da piada pronta”. Florentina, Florentina, Florentina de Jesus….

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