terça-feira, 13 de março de 2012

Tudo como Dantes no quartel de Abrantes


Quando Napoleão Bonaparte ordenou que seu General Andoche Junot, invadisse Portugal com sua tropa estimada em 28 mil homens, lá pelos meados do século XVI, mal sabia ele, que seus homens enfrentariam fome e frio, devido ao rigoroso inverno das serras do norte da Espanha, ao passarem por uma região inóspita, sem estradas e pobre. Os soldados ficaram subnutridos, descalços e sem forças. Mas, na véspera, toda a Corte portuguesa havia embarcado rumo ao Brasil. Junot assume a Regência em Portugal, em nome de Napoleão, e declara findo o reinado da família Bragança. Abandonada pela Corte, reprimida pelos franceses, a população fica revoltada em vários pontos do país, mas no quartel de Abrantes, tudo estava como dantes, na mão dos militares franceses. Com a renúncia do Presidente da CBF, Ricardo Teixeira( para os íntimos Ricaço Peixeira), podemos observar uma linha bastante tênue entre a história Napoliônica e a saída do principal dirigente do futebol brasileiro. Foram 23 anos no poder e um vasto legado, para o bem e para o mal. No período em que reinou absoluto à frente da entidade máxima do futebol, a Seleção Brasileira ganhou inúmeros títulos, entre eles: 2 Copas do Mundo, 5 Copa América e 2 Copas das ConfederaçõesE lembrando que foram os jogadores em campo que suaram para as conquistas) Criou a Copa do Brasil e instaurou os pontos corridos no campeonato brasileiro. Mas, o lado negativo da Era Teixeira se deu em diversos casos como a alteração de estatutos da CBF para se beneficiar, escândalos de arbitragem, como em 1997, com o Diretor de árbitros da CBF, ivens Mendes, acusado de favorecer times e 2005, com o juiz Edilson Pereira de Carvalho, que integrou esquema em site de apostas. Doações a políticos, o exôdo de jogadores do Brasil para o exterior, pirataria, calendário, violência nos estádios, viradas de mesa, proibição de venda de bebidas alcoolicas, descaso com o futebol feminino, estádios precários, falta de transparência nas negociatas com publicidade e nepotismo( a filha, Joana Havelange, está à frente do COL 2014. O tio foi secretário geral da CBF). E o que mais assusta, é que, se já não bastasse ônus deixado pelo cartola, com a nomeação de José Maria Marín( o Zé das Medalhas), aquele mesmo, que surrupiou a medalha do goleiro do Corínthians, na final da Taça SP de Juniores deste ano, daremos a era do continuísmo, ou seja, tudo como Dantes no quartel de Abrantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário