terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A quadrilha

João amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili, que amava Felipão e que não amava ninguém, nem o futebol. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, o técnico da Seleção Brasileira divulgou o complemento da lista de jogadores convocados para o amistoso contra a África do Sul, no próximo dia 05, em Joanesburgo, no elefante branco chamado Soccer City. A manutenção de praticamente o mesmo grupo, desde que assumiu o escrete canarinho no lugar de Mano Menezes, fez com que Luís Felipe Scolari, optasse por fomentar a chamada “família Scolari”, ao invés de dar oportunidade para atletas que vivem o seu melhor momento. Hernane(Shangai Seshua), Alan Kardec(Palmeiras), Elias(Sporting), são apenas alguns nomes que fizeram uma ótima temporada em 2013 e mantiveram a regularidade, com exceção do volante Elias, que possui um imbróglio com o Sporting, seu atual clube. As contestações começam pelo gol. O goleiro Júlio César, não vive uma boa fase, mas é titular absoluto do time do Papà. Na linha de frente, apesar de incontestável, Fred convive com lesões, o que nos deixa com a pulga atrás da orelha. Na meiúca, adiós para o enganche ou homem de ligação. Oscar talvez seja um dos últimos remanescentes dessa função, já em desuso. O futebol moderno pede jogadores leves no meio, volantes que saem para o jogo. As grandes equipes do mundo atuam assim. Porém, há controvérsias. Na Seleção da Itália, considerada por muito tempo como a mais retranqueira do mundo, hoje se pratica um futebol ofensivo, com jogadores do quilate de Andrea Pirlo, um verdadeiro ponta de lança contemporâneo, que marca, distribui, arquiteta as jogadas e faz gols. Numa família há defeitos e virtudes. Para que se obtenha uma harmonia é necessário conhecer afinco cada membro que constitui a árvore genealógica e cabe ao patriarca ter sabedoria e discernimento para conduzir o seu clã. Quando Drummond afirma que João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento; e que Raimundo morreu no desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e que Lili havia se casado com J. Pinto Fernandes, que não tinha entrado na história, alguns parentes mais distantes da família Scolari poderiam também tranquilamente fazer parte dessa quadrilha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário